sábado, 4 de outubro de 2014

204 - O DEUS OURO




Nietzsche, em "Aurora"

De onde vem essa desmedida impaciência que atualmente torna o individuo um criminoso, em condições que explicariam melhor a tendência oposta? Pois, se um homem utiliza pesos falsos, um outro incendeia a própria casa depois de tê-la segurado acima de seu valor, um terceiro se envolve na falsificação de dinheiro, e três quartos da alta sociedade se dedicam à fraude autorizada e se carregam na consciência a bolsa de valores e a especulação: o que impulsiona essa gente? Não é a autêntica necessidade, não vão tão mal assim, eles comem e bebem sem preocupação. O que os constrange, dia e noite, é a impaciência terrível de ver o dinheiro acumular-se muito lentamente e um prazer e um amor igualmente terríveis pelo dinheiro acumulado. Mas nessa impaciência e nesse amor monstra aquele fanatismo de ânsia de poder que em outros tempos foi inflamada pela crença de estar de posse da verdade, e que tinha nomes tão belos que era possível ousar ser desumano com boa consciência (queimando os judeus, os hereges e os bons livros e exterminado elevadas culturas como as do Peru e do México ). Os meios de ânsia pelo poder mudaram, mas o mesmo vulcão ainda arde, a impaciência e o amor desmesurado reclamam suas vítimas: o que outrora se fazia “em nome de Deus”, hoje se faz pelo dinheiro, isto é, aquilo que atualmente proporciona o máximo da  sensação de poder e da boa consciência.”

domingo, 14 de setembro de 2014

"Mémorias de um anarquista japonês"

De Osugi Sakae

" Ao passarmos diante do portão principal da região de Yoshiwara, nos deparamos com a movimentação de uma multidão. Um homem, que parecia ser um trabalhador, havia bebido demais e disseram que havia quebrado uma janela de vidro de um bar. Alguém estava exigindo que a patrulha do bairro ou a polícia levassem e o prendessem até que ele pagasse pelo estrago. O homem, que parecia arrasado, gaguejava, tentado desesperadamente pedir desculpas.
Vendo isso, eu intervim. Levei o homem alguns passos para o lado, ouvi suas explicações e depois dirigi-me aos outros que estavam ali reunidos.
'Este homem não tem um centavo com ele no momento. Eu pagarei pelo prejuízo. E isso deve encerrar o assunto. Não é nada bom sair chamando a polícia toda vez que algo acontece. Sempre que possível não deveríamos chamar as autoridades. A maior parte das questões pode ser resolvida desta forma pelas pessoas que estão no local.'
As pessoas do bar concordaram com aquilo. A patrulha do bairro também concordou. Os curiosos também. A única pessoa que não havia concordado era o policial. Ele ficou me olhando fixamente com uma expressão de desagrado e começou a desafiar:
- O que o cavalheiro está falando é socialismo não é?"





(...)

"Eu gosto do espírito. Seja como for, geralmente detesto quando o espírito é transformado em teoria. Detesto porque nessa passagem para a teoria, ele frequentemente se torna servil, um colaborador em harmonia com a realidade social presente. Por isso é uma fraude...
Eu odeio o que os cientistas políticos e filósofos do direito chamam democracia e humanismo. Fico doentes só de ouvi-los. Eu odeio o socialismo também. E, pela mesma razão, eu odeio um pouco o anarquismo. O que eu mais gosto é a ação cega da humanidade: a explosão do espírito"


(...)

"Eu gosto do espírito. Seja como for, geralmente detesto quando o espírito é transformado em teoria. Detesto porque nessa passagem para a teoria, ele frequentemente se torna servil, um colaborador em harmonia com a realidade social presente. Por isso é uma fraude...
Eu odeio o que os cientistas políticos e filósofos do direito chamam democracia e humanismo. Fico doentes só de ouvi-los. Eu odeio o socialismo também. E, pela mesma razão, eu odeio um pouco o anarquismo. O que eu mais gosto é a ação cega da humanidade: a explosão do espírito"


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Dia do historiador e da fotografia

Ambos existem há tempos, mas com esses nomes só a partir do rotulador século XIX. Contemporâneos compartilhando funções semelhantes: o olhar do humano sobre si mesmo, às vezes focado, percebendo o detalhe; ora mais distante, buscando o panorama geral. As novas tecnologias e velhos tecnocratas não cansam de anunciar, por inutilidade perante a realidade, o fim do dois: "do que adianta se é tão manipulável?" Servem justamente para manipular a matéria humana no certeiro momento em que escapa do presente e do olhar. O século XIX o quiseram ciência, o século XX os fez políticos. Que os historiadores do século XXI aprendam o que já sabe a fotografia que nada perdem na construção do real ao serem arte, ao quererem serem artistas.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

7: O anti-futebol pelo anti-jornalismo ou movimentação e Gramsci


1."A Alemanha jogo algo parecido como futebol, mas é sempre perigoso, às vezes dá certo", essa análise profunda, repetida a exaustão por Galvão, era a principal referência global sobre o futebol alemão até pouco tempo atrás, tanto nas transmissões ao vivo quanto nos programas anti-jornalísticos, baseadas em piadinhas babacas e patriotadas patéticas. Óbvio que nem Globo nem Galvão fizeram, ou farão, um mea-culpa( talvez daqui há 50 anos). A distância entre a percepção da Globo e a realidade pode ser comprovada pelos jogos do campeonato alemão, pelo federação ser pública e não-privada, pela participação da torcida, pela divisão justa das receitas televisivas, pela prisão dos cartolas bandidos, e agora por esse 7 x 1 eterno. A Alemanha constituí para o consórcio CBF-Globo, um exemplo a ser escondida, um modelo a não ser seguido, o "anti-futebol" brasileiro por definição.

2. CBF-Globo são orgulhosamente arcaicos, por isso a justa escolha de dois defensores do atraso taticamente e tecnicamente, Felipão e Parreira estão em uma má fase que dura 10 anos. Recompensa-se os fracassos destes com uma fé mística conservadora: melhor o passado provável que um futuro possível. Os grandes, e pequenos, treinadores do mundo estudam, leem, analisam jogos pelo mundo, pensam o futebol. Scolari e Parreira formam "famílias", nas quais os jogadores infantilizados não ouvem instruções táticas mas recebem um abraço caloroso. A tática é entrar com a mão no ombro do coleguinha. Uma graça de fracasso.

3. O moderno no futebol brasileiro nada tem de novo, é a fórmula histórica da nação: retire-se os pobres, elitize, embranqueça sua alma. A imprensa pacheca apoia essa ignorância sobre o jogo e essa modernização conservadora atroz, que transformou os estádios em arenas-playgrounds para os ricos construídas com dinheiro público.Alberto Dines resume: "A nação-criança tem uma imprensa-criança que adora celebrar e não pensa no dever de casa". Nesse caso, a imprensa-criança faz bullying, rouba o lanche e ainda dedura a coleguinha para a professora.

4. Agora, os sócios do consórcio CBF-Globo, em seus vários veículos, começam o movimento de atenuar o massacre retumbante, com "perder é do jogo" ou "foi a Alemanha que jogou como nunca", ou ainda "foram aqueles 5 minutos". Verdades para amenizar o que deve ser escancarado: a arrogância cínica que coloca o Brasil no sentido contrário do futebol mundial. Ofende a entrevista coletiva feita pelos comissionários do atraso, arautos do scolarismo, sem nenhuma vergonha, sem pedir desculpas ao povo. Parreira leu uma "carta da dona Lúcia" repleta de elogios a eles mesmos. A comissão técnica curtiu o próprio post no facebook. Qualquer jornalista que se preze, ou respeita a inteligência daqueles a quem transmite a mensagem, teria indagado com veemência tal gesto ridículo. Só que, aparentemente, não havia nenhum desse tipo cerebral na coletiva, apenas globais e seus ascetas. O anti-jornalismo salvando o anti-futebol.

5.A Itália campeã em 2006 obteve uma vitória exclusivamente tática com um meio-campo superpovoado, ocupando todos os espaços do campo de defesa, entretanto com movimentação constante e objetiva. A Espanha de 2010, bastante baseada no Barcelona 05-08, reduziu a objetividade, acentuando a movimentação com a posse de bola, ocupando mais o campo de ataque. Esse é o paradigma do futebol na atualidade: ocupação de espaço pela posse de bola ou como movimentar-se o melhor possível. Nada de baboseiras sentimentalóides, mas ocupação tática dos espaços fundamentais.

6. Do cárcere italiano, Gramsci não podia se movimentar muito, mas já sabia a importância da ocupação de espaços. A estratégia da "guerra de posições" reside numa ocupação progressiva de espaços no imaginário da sociedade civil, visando romper a hegemonia cultural das classes dominantes. Esse imaginário seria composto por instituições como escola, igrejas e os meios de comunicação. No início do século XX, época que viver Gramsci, os trabalhadores expropriaram o futebol, tornando um jogo da massa para as massas, politizando. O proletário britânico que espalhou vitoriosamente o futebol pelo mundo, não os lords. Multinacionais como FIFA e CBF apenas exploram esse legado, nada inventaram, nada estimularam, pelo contrário. A cada ano o Brasil perde jogadores (trabalhadores) que não se reconhecem no povo e na torcida, por sua vez os torcedores não se identificam com os jogadores e são expulsos das famigeradas arenas, tomadas agora por clientes. A sobrevivência do futebol passa pelo retorno da popularização efetiva.

7. Uma organização popular pode, e deve, aproveitar o momento e unir o bloco dos descontentes e envergonhados para revolucionar o futebol e assim poder reformar a própria imprensa. Uma chance histórica: tirar o jogo de cartolas ligado a interesses econômicos nefastos, para romper o monopólio da cobertura global jornalística. Enfraquecer a elite que detém a exclusividade sobre o jogo é fortalecer não só o futebol, como a mídia alternativa e independente. Assim, permitindo novas formas de se ver e ouvir para além do próprio futebol, rompendo a hegemonia conservadora que controla tanto o futebol como a mídia, representada pelo consórcio Globo-CBF.

7x1. Um narrador alemão, sorrindo, poderia dizer em uma transmissão: "o Brasil tem algo parecido com jornalismo, é sempre perigoso, mas nunca deu certo."

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Atenção a discreta morte de pilantras



As manifestações de junho de 2013 foram, a grosso modo, iniciadas pelo aumento da tarifa dos transportes, sendo impulsionadas pela violência policial. Sem dúvidas, são problemas crônicas da sociedade brasileira, mas não devemos perder de vista quem os agravou.

Na sombra da véspera da Copa, quase passa batida a morte de um dos maiores responsáveis por essas mazelas, Marcelo Alencar, ex-governador tucano do Rio. E como tal, privateiro e assassino.

Como um tucano precisa abrir as asas para voar, um governo do PSDB tem a necessidade de sucatear para privatizar, assim fez Alencar: privatizou o BANERJ, a CEG e a CTC, companhia estatal de ônibus, além dos metrô e dos trens, esses vendidos por um preço várias vezes menor que o de mercado. Se os transportes, quando públicos, não eram melhores, também não eram piores, mas com uma tarifa mais justa, não a mais cara do mundo.

Para combater o "crime", Marcelo Alencar, em uma das suas primeiras medidas, instituiu, a bonificação por auto de resistência, a "gratificação faroeste", com isto dobrou-se a taxa de mortes "em confrontos" com a polícia. A história sabe qual é a classe e a cor desses mortos. Quantos dos soldados dessa época são atualmente sargentos, tenentes e coronéis saudosistas dessa política de remuneração?

O aumento da violência policial é uma herança direta de Alencar. Como os lucros monstruosos da Supervia e do Metrôrio as custas do sofrimento e da humilhação da população também são. Tarifas injustas e violência policial são marcas históricas da sociedade brasileira, mas não devem ser naturalizadas: tem trajetórias, com atores e contestadores. Alencar se destacou nessas práticas. Na véspera da Copa, é contra o legado de Alencar que também lutamos. Não deixemos que passe batido, discretamente, as trevas.


Zito e Marcelo Allencar: autoritarismo e violência, marcas dos tucanos no Rio

segunda-feira, 19 de maio de 2014


Certos autores, quiçá por adquirida conviccção, ou compleição espiritual naturalmente pouco afeiçoada a indagações pacientes, aborrecem a evidência de não ser sempre linear e explícita a relação entre o que chamamos causa, e o que, por vir depois, chamamos efeito. Alegam esses, e não há que negar lhes razão, que desde que o mundo é mundo, posto ignoremos quando ele começou, nunca se viu um efeito que não tivesse sua causa e que toda causa, seja por predestinação ou simples acção mecânica, ocasionou e ocasionará efeitos, os quais, ponto importante, se produzem instantaneamente, ainda que o trânsito da causa ao efeito tenha escapado à percepção do observador ou só muito tempo depois venha a ser aproximadamente reconstituído. Indo mais longo, com temerário risco, sustentam os ditos autores que todas as causas hoje visíveis e reconhecíveis já produziram os seus efeitos, não tendo nós senão esperar que eles se manifestem, e também, que todos os efeitos, manifestados ou por manifestar, tem suas inelutáveis causalidades, embora as múltiplas insuficiências de que padecemos nos tenham impedido de identifica-las em termos de com eles fazer as respectiva relação, nem sempre linear, nem sempre explícita, como começou por ser dito. Falando agora como toda a gente, e antes que tão trabalhosos raciocínios nos empurrem para problemas mais árduos como a prova pela contingência do mundo em Leibniz ou a prova cosmológica de Kant, com o que em cheio nos encontraríamos a perguntar se Deus existe realmente ou se tem andado a confundir-nos com vaguidades indignas de um ser superior que tudo deveria fazer e dizer muito pelo claro, o que esses autores proclamam é que não vale a pena preocuparmo-nos com o dia de amanhã, porque duma certa maneira, ou de maneira certa, tudo quando vier  acontecer aconteceu já, contradição apenas aparente como ficou demonstrado, pois não se pode fazer voltar a pedra  à mão que lançou, tão pouco escaparemos nos ao golpe e o ferimento se foi boa a pontaria e por desatenção ou inadvertência do perigo não nos desviámos a tempo. Enfim, viver não é apenas difícil, é quase impossível, mormente naqueles casos em que, não estando a causa à vista, nos esteja interpelando o efeito, se ainda esse nome lhe basta, reclamando que o expliquemos em seus fundamentos e origens, e também como causa que por sua vez já começa a ser, porquanto, como ninguém ignora, em toda esta contradança, a nós é que compete encontrar sentidos e definições, quando o que nos apeteceria seria fechar sossegadamente os olhos e deixar correr um mundo que muito mais nos vem governando do que se deixa, ele, governar. Se tal sucede, isto é, se diante dos olhos temos o que, por todos os sinais e apresentação, tem visos de efeito, e dele não percebemos uma causa imediata ou próxima, o remédio está em contemporizar, em dar tempo ao tempo, já que a espécie humana, sobre a qual, lembremo-lo, embora pareça vir a despropósito, não se conhece outra opinião do que a que ela tem de si própria, está destinada a esperar infinitamente os efeitos e buscar infinitamente as causas, pelo menos é o que, até hoje, infinitamente tem feito.   


Saramago, em "A História do Cerco de Lisboa"

quinta-feira, 1 de maio de 2014

1 de Maio - Dia dos Trabalhadores

                                                                          




"Tecnologia de voo compartilhada: o primeiro pato que levanta voo abre passagem para o segundo, que abre caminho para o terceiro, e a energia do terceiro ergue o quarto, que ajuda o quinto, e o impulso do quinto empurra o sexto, que empresta vento ao sétimo...
Quando o pato que está encabeçando a fileira se cansa, desce para o final da fila e deixa seu lugar para outro, que sobe ao vértice desse V que os patos desenham no ar. Todos vão em rodízio, na frente e atrás; e nenhum pato se acha superpato por voar adiante, nem subpato por vir depois"

Eduardo Galeano, em "Os Filhos dos Dias"

#somostodospatos

segunda-feira, 14 de abril de 2014

O pior erro é importar-se com os estaduais




O campeonato carioca se arrastou durante quatro meses infindáveis com um regulamento ridículo, jogos modorrentos e sem público. Por sorte da federação, a final calhou de ser entre os times das duas maiores torcidas, o que gerou atração desproporcional ao valor da competição. A incompetência vergonhosa do Flamengo de ser eliminado da Libertadores caiu do céu para a federação: motivando o rubro-negro a descontar a frustração no rival, em paralelo, o Vasco tinha a melhor oportunidade em tempos de tirar a alcunha de "vice", aproveitando o mau momento do Mengo.

O primeiro jogo da final foi chato e ruim, o segundo jogo conseguia durante o primeiro tempo ser ainda pior. Até os famigerados apitadores aparecerem. Primeiro, expulsando um jogador para cada lado, sem necessidade, senão os holofotes, depois com o erro crasso do impedimento no gol nos acréscimos. Resultado: jogo polêmico, dramático e emocionante. O carioqueta foi salvo na bacia das almas.

O desinteresse pelos estaduais não é uma prerrogativa carioca. Por todo o país, os estaduais são chatos, com pouco público e confusos (quem entende o regulamento do Catarinense ou a função da Taça Rio?). Os campeonatos estaduais não despertam paixão ou rivalidade mais, no máximo um brevíssimo motivo para beber. Resultando, frequentemente, em um porre prejudicial à Libertadores.

Então por que não acabam ou são, pelo menos, reformulados profundamente?

São fundamentais na estrutura de poder do futebol nacional. As federações estaduais só existem por conta dos estaduais, sem os torneios, ainda que xinfrims, as federações não teriam razão de ser. Fora "organizar" as competições regionais o que faz as federações estaduais? O poder, formam o colégio eleitoral da CBF. Eis o cerne da questão. Acabando as competições mixurucas, ou sendo reduzidas a menos de oito, dez datas, as federações seriam vistas como sem importância, desnecessárias, não tendo sentido serem protagonista de decisão primordial do futebol nacional: a definição dos cartolas da CBF. A eleição da CBF, marcada para o próximo dia 16, tem seu colégio eleitoral formado pelas 27 federações estaduais e pelos 20 clubes da primeira divisão. Se os clubes, que possui torcedores, fechassem em torno de um nome seriam derrotados caso a federação, que possui apenas aspones, escolhessem outro.

No momento em que alguns clubes, como o Inter, o Grêmio, o Bahia, o Palmeiras, o Cruzeiro, iniciam tímidos movimentos de democratização, aumentando o poder e o número dos votantes, os estaduais são trincheiras da estrutura hierarquizada e do poder aristocrático da CBF, outorgado pelas federações.

Imaginemos um mundo sem estaduais, logo sem federações, os clubes decidindo o destino do futebol brasileiro. Em consenso e bom senso, decidem romper o monopólio da transmissão televisiva, colocando os jogos em novos horários, por exemplo 20h 45 min ou 21h, na hora da de certo jornal e da novela. A emissora que perdesse esse monopólio (como já sofre com a perda do monopólio da Libertadores) certamente perderia audiência e, consequentemente, dinheiro, logo perderia dinheiro também, e com isso, acabaria uma boa parte do seu poder político...

O pior erro do juiz foi dar emoção ao campeonato tosco. Não deixamos que ele prejudique a clara noção de um torneio deprimente, sem charme e sem graça, cuja a transmissão é alicerce do poder. Já passa da hora de acabar ou mudar drasticamente. Que o erro de julgamento também não seja nosso.