Os oprimidos fazem a revolução
Hoje tomam a rua em cordão
Bebem, pulam, cantam, descem e amam
E bebem, dançam, celebrando o fim da solidão
Mas uma coisa de fora pra dentro
Avassaladora de mim toma conta
Inevitável chega o momento
A verdade na ponta enfim vem à tona
Corre pra pintar o muro
Mas um Batman já atua no escuro
Foge pra aparar o jardim
Mas lá brinca outro alerquim
Aqui não cabe a perfeição
É hora da improvisação
Pela multidão abre
passagem
Na raça conquista a praça
Com a bailarina divide espaço
Com a bailarina divide espaço
Em meio a brilho e tatuagem
Não me leve mal
Não fui eu o primeiro
Mas hoje é carnaval
Mas hoje é carnaval
Vou me já agora
Pois lá a hora faz banheiro
O alivio é interrompido
O grito não pode ser contido
Por trás da peruca colorida, um oficial
Me diz: “Estás prejudicando a ordem municipal
Tava seguindo os pingos da tua trilha
Essa é uma praça de família
E se te passa uma mãe com a filha?”
Elas não envergonharia
Sorrindo assim eu pediria:
”Minhas amigas
queridas
Tirem essa fantasia de família
A dança também é bendita
Não precisam de tanta dureza
Basta ser flexível
Com as pernas e a com cabeça
Só a vergonha é insensível
Afaste os pés com a razão
Deixe fluir livre longe da proibição
Domingo tudo se permite
Solte sua alegria
Nenhuma lei diz que tem limite
Tenham fé
Que um dia
Vocês também mijarão de pé”
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