segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A fantasia será livre


Os oprimidos fazem a revolução
Hoje tomam a rua em cordão
Bebem, pulam, cantam, descem e amam
E bebem, dançam, celebrando o fim da solidão

Mas uma coisa de fora pra dentro
Avassaladora de mim toma conta
Inevitável chega o momento
A verdade na ponta enfim vem à tona 

Corre pra pintar o muro
Mas um Batman já atua no escuro
Foge pra aparar o jardim
Mas lá brinca outro alerquim                              

Aqui não cabe a perfeição                                   
É hora da improvisação
Pela multidão abre passagem
Na raça conquista a praça
Com a bailarina divide espaço
Em meio a brilho e tatuagem

Não me leve mal
Não fui eu o primeiro
Mas hoje é carnaval
Vou me já agora
Pois lá a hora faz banheiro

O alivio é interrompido
O grito não pode ser contido
Por trás da peruca colorida, um oficial
Me diz: “Estás prejudicando a ordem municipal
Tava seguindo os pingos da tua trilha                                             
Essa é uma praça de família
E se te passa uma mãe com a filha?”

Elas não envergonharia
Sorrindo assim eu pediria:
 ”Minhas amigas queridas
Tirem essa fantasia de família
A dança também é bendita
Não precisam de tanta dureza
Basta ser flexível
Com as pernas e a com cabeça
Só a vergonha é insensível
Afaste os pés com a razão
Deixe fluir livre longe da proibição

Domingo tudo se permite
Solte sua alegria
Nenhuma lei diz que tem limite
 Tenham fé
Que um dia
Vocês também mijarão de pé” 

Nenhum comentário:

Postar um comentário