sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sobra Deus

Para homenagear as vítimas do 11 de setembro de 2001, Obama não pestanejou: leu um salmo. Fez uma referência bíblica, pediu fé em Deus e orações. O democrata segue a linha do seu predecessor republicano que usou o mesmo tom religioso nos momentos pós-ataque. Agora e na hora, os “terroristas” foram tomados como exemplos bem acabados de uma parcela da sociedade sem Deus no coração.

Bart paga
  Ora, lembramos, foi justamente o oposto. Os homens que jogaram os aviões na torre seguiram a longa história da violência em nome de Deus: Por amor ao deus da cruz, os cruzados roubaram e mataram quem acreditava no deus da lua crescente. Cheios de deus no coração, os soldados levavam quem adorava o deus da estrela para campos de concentração. A exuberância de deus no coração autorizou, e autoriza, a expulsão dos palestinos de seu território. É o excesso de deus no coração que permite tacar aviões em prédios e bombas em casas. Foi o excesso de Deus que levou um assassino a atirar em crianças. (Crianças, em geral, têm pouco deus no coração)

Um deles é Nazi

Caim, romance do ateu, comunista e ídolo, Saramago, alivia um pouco a barra de Deus: “A história do homem com deus é a história dos desentendimentos: nem nós os entendemos, nem ele nos entende” Muitos negam essa afirmativa, se dizendo especialistas no entendimento da vontade divina. São os primeiros a empunhar a espada, a dar o primeiro tiro e a seqüestrar um avião em nome do sagrado suicídio. Assim renegam sua humanidade e se aproximam da divindade.

10 anos depois, parece que não mudou: Sobra deus, faltam homens.

Homer cola

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